Aterrorizante! Sinistra! Incalculáveis contas impossíveis de calcular! Eu podia sentir o desespero dos meus colegas, o cheiro do medo que assombrava aquela sala de aula, despreparados para uma prova muito foda de matemática.
Todos sentados, inutilmente olhando as contas nos seus cadernos, virando páginas em vão, a espera de um milagre, como se fossem aprender tudo agora no último instante, a professora chega.
– Boa noite alunos! Estudaram? – Perguntou a professora já sabendo qual seria a resposta.
– Nãoooo! – Responderam em coro.
– Mas então nos vemos na recuperação. – Responde ela sorrindo.
Clima tenso e pesado, a professora entregando as provas com um sorriso maquiavélico no rosto, louca pra ferrar com todo mundo e adiar as férias. Me senti na obrigação de tentar ajudar esses meus queridos…
– Vamos fazer em dupla a prova? – Perguntei.
– Vamos! Vamos! Vamos! – Gritaram em coro mais uma vez.
– Só faz em dupla quem está esperando um bebê na barriga. – Falou a professora disfarçando o sorriso.
Havia uma garota grávida que já foi se juntando com a guria do lado, malandragem na faculdade…
– Vai aonde mulher? Tua dupla é teu filho! – Questionou a professora cheia de malícia.
A turma toda riu.
O semestre inteiro foi assim, professora piadista cheia de pegadinha pra cima da galera, provocando risos, mas no final ferrando todo mundo com conteúdo nível expert.
– Professora, a senhora fica brincando com essas coisas aí, insensível, eu não posso ter filho sabia? – Perguntei sério.
Houve uma comoção generalizada.
-A senhora deveria dar a prova em dupla agora só pra aprender a não ficar fazendo piadinha com o problema dos outros. – Continuei.
Completamente arrependida de suas piadas, a professora refletiu por um tempo e falou:
– Ok, me desculpem, a prova é em dupla.
A turma fez festa. Eu sentei com uma gostosa inteligente e me dei bem, entreguei minha prova e fui saindo…
– Diego, só me diz uma coisa, por que tu não pode ter filho? – Me perguntou a professora toda triste.
– NÃO TENHO ÚTERO!
Abraceraaa!